Fundação Crespi-Prado: trajetória de uma coleção museológica
Palavras-chave:
Coleção privada, Colecionismo, Crespi-Prado, Museu-Casa, São PauloResumo
A presente pesquisa tem por tema o estudo da trajetória de uma coleção privada, desde sua formação, por um casal da elite paulistana, até sua publicização, por meio da constituição de uma fundação e de exposições realizadas em instituições afins da cidade de São Paulo. Trata-se da coleção hoje pertencente à Fundação Crespi-Prado, instituição criada, em 1975, por iniciativa de Renata Crespi, viúva de Fábio da Silva Prado (Prefeito de São Paulo entre 1934 e 1938), para incentivar as artes e a cultura e salvaguardar a coleção constituída pelo casal. Ela, filha de um importante industrial italiano imigrado para o Brasil, e ele, membro de uma das mais tradicionais e ricas famílias do Estado de São Paulo, materializaram a união entre novas e velhas elites, dimensão perceptível também em sua coleção. Reunida ao longo da primeira metade do século XX, tal coleção é representativa de uma prática social de colecionismo que se difundia entre os membros da elite da cidade de São Paulo, podendo ser considerada um de seus exemplos mais extensos. Percorrer a formação desta coleção, sua institucionalização e sua posterior musealização é o objetivo principal desta pesquisa, tendo em vista o relevo do casal de colecionadores para a elite paulistana da época e de sua iniciativa de criar uma das poucas fundações da cidade a proteger um legado artístico privado em uma instituição de caráter museológico.