Arte, pátria e civilização: a formação dos acervos artísticos do Museu Paulista e da Pinacoteca do Estado de São Paulo (1893-1912)
Palavras-chave:
Arte Brasileira, Colecionismo, Museus, Primeira República, São Paulo (estado)Resumo
A dissertação tem como objetivo analisar a formação da coleção artística do Estado de São Paulo, entre os anos de 1893 e 1912, tratando de sua história no âmbito de instauração da República e da constituição de instituições de guarda e exposição de objetos artísticos. Observa as primeiras aquisições destinadas ao Museu Paulista (Monumento do Ipiranga) entre 1893 e 1904, a transferência de uma parcela dessas obras de arte para fundar a Pinacoteca do Estado de São Paulo em 1905 e o alargamento da coleção desta última instituição até 1912, quando suas atividades são regulamentadas. Essas aquisições ocorrem no momento de ascensão, tanto econômica quanto política, do Estado de São Paulo, quando seus dirigentes passam a instaurar novas perspectivas sobre a história de São Paulo em confluência com essa situação privilegiada. A dissertação busca compreender a historicidade das aquisições em conjunto com os discursos dos próceres do Estado de São Paulo, analisando as articulações históricas de construção de narrativas cívicas por meio da coleção de arte. Busca também observar conexões entre a formação da coleção e seus contextos: museológico, historiográfico e da produção artística brasileira. A trajetória da coleção é percebida em relação aos nexos formativos de um campo artístico na cidade de São Paulo, pois sua constituição permite também observar movimentos desse campo, até o museu tornar-se efetivamente parte oficial da engrenagem social do circuito artístico na metrópole. Investigando o movimento histórico de atribuição de valores e representações públicas almejadas por políticos, artistas e a opinião pública de seu tempo, a pesquisa busca a compreender a inserção da coleção do museu na cultura artística, política e institucional da São Paulo no entresséculos XIX e XX.